domingo, 16 de janeiro de 2011

Justiça de Roraima manda demolir casa de ex-governador



A Justiça Federal em Roraima mandou demolir um "suntuoso imóvel" do ex-governador Neudo Campos (PP) em Pacaraima (RR), na fronteira com a Venezuela. Segundo a sentença, do mês passado, a casa viola um acordo com o país vizinho que impede qualquer construção a menos de 30 metros da linha fronteiriça.

O imóvel, de dois andares, três quartos, escritório e ampla sala, fica a 18 metros da fronteira, disseram perícias feitas no processo.Localizada em uma montanha a mais de 1.000 metros de altura, a casa tem uma vista privilegiada.

O juiz do caso, Helder Girão Barreto, levantou até a hipótese --não confirmada-- de que Campos tenha substituído, de maneira "criminosa", um dos marcos de pedra da fronteira para tentar legalizar sua situação, segundo escreveu na decisão.

AÇÃO

A ação para derrubar a casa foi movida pelo Ministério Público Federal, depois que o governo venezuelano comunicou ao brasileiro a situação, ainda em 2001. Os procuradores da República argumentaram que, além de estar próxima demais da Venezuela, a construção também invadia a terra indígena São Marcos. De acordo com o ex-governador, que irá recorrer da sentença, o imóvel é usado por sua família como uma espécie de casa de campo.

"Ali é uns 6 graus [Celsius] a menos do que em Boa Vista", afirmou. "É como a nossa Campos do Jordão [SP], mal comparando." Segundo ele, o custo das melhorias que realizou no imóvel não passou de R$ 100 mil. "Por R$ 200 mil, vendo."

Campos, 64, governou o Estado de 1995 a 2002 e tentou voltar ao cargo em 2010, mas foi derrotado pelo tucano José de Anchieta Jr. Ele chamou o magistrado de "maluco" e negou que o imóvel seja suntuoso ou irregular, pois foi construído antes do acordo internacional --que é de 1989. "Ele [juiz] é meu inimigo, já deu outras decisões contra mim." O político disse que pedirá que Barreto --não localizado ontem pela reportagem-- seja afastado do caso.

Um comentário:

  1. Alguem procurou se informar que trata-se de perseguição por parte de um juiz federal? É uma velha historia e ainda não se sabe porque o CNJ não tomou nenhuma providencia!

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