domingo, 16 de janeiro de 2011

Ex-chefe de gabinete de Yeda é denunciado por espionagem


O Ministério Púbico do Rio Grande do Sul apresentou denúncia contra três acusados de utilizarem o Sistema Consultas Integradas do Estado – cadastro geral de identificação de pessoas físicas. O ex-chefe de gabinete da governadora Yeda Crusius e um militar da reserva lotado no Palácio Piratini seriam responsáveis pelos atos ilegais.

O MP também entrou com pedido de revogação do segredo de Justiça. Se concedido pelo juiz, a partir das próximas semanas detalhes sórdidos da arapongagem serão de conhecimento público.

Quatro meses e meio depois de anunciar a investigação, o promotor Amilcar Macedo indicou o sargento César Rodrigues de Carvalho, 39 anos, como responsável por acessar acessou ilegalmente dados sigilosos de políticos, advogados, delegados de Polícia, oficiais da BM e de jornalistas. Para o MP, Rodrigues trabalhava a mando do ex-chefe de gabinete da ex-governadora do RS Yeda Crusius, Ricardo Luís Lied, 36 anos, e o tenente-coronel da reserva da Brigada Militar Frederico Bretschneider Filho, 48 anos, ex-assessor do gabinete.

O sargento foi denunciado pelo crime de concussão (exigir vantagem indevida) e o ex-chefe de gabinete e o ex-assessor pelo crime de violação de sigilo funcional (revelar fato de que tem ciência em razão do cargo).

A mando dos seus superiores, o sargento Rodrigues fez uma verdadeira devassa na vida de autoridades, políticos e até jornalistas. Foram 96 mil consultas; 1,2 mil em uma semana. Entre os bisbilhotados, está o filho de 8 anos da ex-deputada estadual petista e agora secretária do governo de Tarso Genro, Stela Farias.

Algumas das pesquisas foram realizadas por curiosidade, já outras por determinação dos outros dois denunciados “com finalidades não condizentes com as de sugerir medidas de prevenção e proteção à integridade física da Governadora e de seus familiares”, conforme o Ministério Público.

O policial militar, que atuava na Casa Militar do governo do Estado, chegou a ser preso preventivamente em setembro, mas já está em liberdade. A investigação teve início após uma denúncia de extorsão a contraventores ligados aos caça níqueis na cidade de Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre.

Por Lucas Azevedo - Carta Capital

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