O governo federal anunciou a implantação gradual, pelos próximos quatro anos, de um sistema integrado para prevenção de desastres naturais. O número de mortos na região serrana do Rio, vitimadas pelas enchentes e deslizamentos, já passou de 600.
A presidente Dilma Rousseff antecipou para hoje uma reunião com os ministros Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional), Nelson Jobim (Defesa), Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia) e José Eduardo Cardozo (Justiça). A coordenação do sistema ficará a cargo da pasta da Ciência e Tecnologia. Além de um supercomputador que ampliará a capacidade de monitoramento de áreas de risco e de processamento de informações, o ministério terá novos pluviômetros e radares.
Mercadante disse que a melhora no controle e minimização de tragédias como a do Rio será gradual, com implantação completa prevista para daqui a quatro anos. Segundo o ministro, a estimativa do governo é de que 5 milhões de pessoas vivam em áreas de risco potencial no país. O novo sistema será uma sede central e outras cinco unidades, uma para cada região do país. O novo sistema também irá integrar os satélites da aeronáutica.
Os ministérios da Defesa e da Justiça, por meio das Forças Armadas e a Força Nacional, irão atuar na "pronta resposta", para retirar pessoas quando alertas forem acionados ou em casos como o do Rio, onde é preciso fazer resgate e salvamento. Uma hipótese estudada é o de as Forças Armadas comandarem ações locais, quando solicitado pela Presidência e pelos poderes estaduais e municipais.
O ministro da Integração voltou a falar do problema de ocupações irregulares como principal causa do alto número de vítimas fatais. "A grande ferida nacional é a ocupação desordenada do solo urbano".
ANA FLOR
BRENO COSTA
DE BRASÍLIA Para Folha de S. Paulo
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