Coluna da Folha de Pernambuco da quarta-feira, 21/04/10
Até agora, o governador Eduardo Campos conseguiu contornar com habilidade todas as crises políticas do seu governo. Substituiu Sílvio Costa Filho por Paulo Câmara na Secretaria do Turismo sem arranhar sua relação com o PTB, evitou que a saída do ex-prefeito João Paulo da Secretaria de Articulação Regional comprometesse o apoio do PT à sua reeleição e convenceu o secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, a adiar para 2014 o seu projeto majoritário.
O que não estava nos seus planos era ter que mexer na área de segurança por causa do desentendimento havido entre o secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, e o comandante geral da PM, coronel José Lopes de Souza. Ambos tinham muito prestígio dentro do governo, por causa do sucesso do “Pacto pela Vida”, que está conseguindo reduzir os índices de violência em Pernambuco. Mas como na gestão da crise não poderia haver “vencedor” e nem “vencido”, ele teve que tirar os dois.
A próxima crise com que o governador irá deparar-se chama-se Ciro Gomes, que tem o pavio curto, fala pelos cotovelos e nunca aprendeu a administrar a língua. Ciro quer ser candidato a presidente da República pelo PSB e se esse seu sonho for por água abaixo, muito provavelmente ele sairá atirando, tanto no presidente Lula como no próprio Eduardo. O presidente do PSB está consciente de que a “operação” para removê-lo do jogo não será fácil. Mas com muita lábia e paciência acha que conseguirá.
Por Inaldo Sampaio
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