O PT reduziu João Paulo à expressão mais simples e, agora, candidato a deputado federal, o ex-prefeito do Recife está obrigado a ter uma votação consagradora, não só para preservar o seu único capital político, como também para ter condições de disputar a Prefeitura do Recife em 2012, por um outro partido, e quem sabe concorrer à sucessão estadual em 2014. Fora disso, o futuro de João Paulo pode estar com os dias contados.
A sua eleição para a Câmara dos Deputados será, portanto, um grande teste e da sua votação dependerá sua sobrevivência. Ao escolher Humberto Costa para candidato do partido ao Senado na chapa do governador Eduardo Campos (PSB), o PT, além de cortar as asas de João Paulo, trouxe também uma dificuldade eleitoral para o palanque governista, na Região Metropolitana, onde a força de Jarbas Vasconcelos é grande. Ao contrário de Humberto, o ex-prefeito João Paulo sabe fazer campanha e tem uma capacidade extraordinária de conquistar votos.
Foi o primeiro ex- operário a ser eleito prefeito no Brasil, e deu três vitórias municipais consecutivas ao PT. E, saliente-se, o Recife é a principal prefeitura do PT em todo o país, e o partido só tem essa vitirne, graças a João Paulo. Agora, se tem tantas qualidades político-eleitorais, o ex-prefeito do Recife perde em confiabilidade - quesito que o Palácio das Princesas considera importante. É mais fácil construir um projeto político com Humberto do que com João Paulo e soma ainda o fato de Eduardo já ter uma relação consolidada com seu ex-secretário das Cidades, o que não acontece com o ex-prefeito.(Do Diário Polítco: Marisa Gibson).
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