sexta-feira, 9 de abril de 2010

Ficha limpa: aprovação, nem maio nem nunca


Faltou apenas o garotinho para constatar que o rei estava nu, ontem, no Congresso. Porque a imensa maioria dos deputados continuava justificando o adiamento do projeto “ficha limpa” como os súditos de Sua Majestade elogiavam seus trajes inexistentes. Não houve um que assumisse a evidência de que nem nas eleições de outubro, nem nas próximas, será aprovada a proibição de se candidatarem a postos eletivos cidadãos condenados pelo Código Penal. A começar pelo presidente Michel Temer, todos comentavam que em maio, ainda dentro do prazo, a Câmara aprovará a sugestão de 1 milhão e 600 mil eleitores pelo impedimento de disputarem eleições quantos tivessem recebido sentenças transitadas em julgado como punição por crimes variados.
Nem em maio nem nunca os deputados aprovarão dispositivos capazes de limitá-los. Como reconhecer a atuação em causa própria pegaria mal, não faltaram explicações canhestras e fajutas pela recusa dos líderes dos partidos do governo em rejeitar a votação na última quarta-feira. Rejeitaram o requerimento de urgência para que o projeto entrasse imediatamente em pauta, alegando a necessidade de pronunciar-se outra vez a Comissão de Constituição e Justiça.
A manobra demonstra que nada de novo acontece sob o sol. É a mesma lambança de sempre, quando se trata de sustentar benefícios e privilégios, mesmo os mais abomináveis.(Carlos Chagas)

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