domingo, 4 de julho de 2010

Briga acirrada na disputa pelo Senado



A eleição para o Senado promete uma emoção a mais neste ano, especialmente entre as chapas comandadas pelo governador Eduardo Campos (PSB) e pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB). Em jogo, estão resultados nunca conquistados antes. Aliado de Jarbas, que não aparece nas pesquisas eleitorais como favorito, o senador Marco Maciel (DEM) entra na disputa mais difícil de sua carreira, arriscando-se a perder. Seria a primeira derrota na história de um homem que sempre ganhou tudo - do grêmio estudantil à Academia Brasileira de Letras (ABL). Do outro lado está o ex-secretário estadual das Cidades, Humberto Costa (PT), que tem chances reais de vencer depois de perder as últimas cinco majoritárias que enfrentou - duas para a Prefeitura do Recife, duas para o governo estadual e uma para o Senado.

Maciel e Humberto são as grandes apostas de seus partidos. Os adversários podem falar tudo sobre eles, menos afirmar que desistem fácil. Humberto concorreu a cargos majoritários mais vezes do que o próprio Lula, que perdeu a disputa pela presidência em 1989, 1994 e 1998 para só então ganhar, em 2002. Já o democrata tem a política no sangue desde os 13 anos, quando se elegeu presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Nóbrega, na década de 60. Derrota é uma palavra fora de seu dicionário pessoal. Chegou perto em 1990, numa disputa para o Senado contra José Queiroz (PDT), mas desviou. Foi só um susto.

Este ano pode ser diferente. A hipótese é levantada porque tudo nessa eleição é possível, até mesmo uma vitória dos dois adversários, Maciel e Humberto. Seria um voto descasado, bem diferente do que esperam Jarbas e Eduardo, mas essa possibilidade é retratada na pesquisa da Exatta divulgada em junho, em que o democrata aparece com 45% das intenções de voto e o petista, com 44%.

Conhecido como político de bastidores, que não gosta de fazer ataques aos adversários, Maciel será o principal alvo na campanha dos rivais para o Senado. A convenção estadual de Eduardo, realizada na última quarta-feira,deu o tom do que ele vai enfrentar nos próximos meses. Foi rotulado como um Maciel "de não dizer nada, não ter posição sobre nada".

Humberto também vai enfrentar bombardeio, porém nada igual ao que sofreu em 2006, quando concorreu ao Palácio das Princesas e foi denunciado por participar da Máfia dos Vampiros - acusação da qual foi absolvido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região. A oposição estadual ainda não mostrou as armas que usará contra o petista, mas ele já disse estar preparado para o pior.

Correndo por fora, estão os deputados federais Armando Monteiro Neto (PTB) e Raul Jungmann (PPS), respectivamente do palanque de Eduardo Campos e de Jarbas. Mas ninguém deve apostar que irão perder. Os dois entram na disputa para o Senado pela primeira vez, mas com vontade de principiante. E essa vontade às vezes move montanhas.

Por Aline Moura - Diario de Pernambuco04/06/10

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