O governador Eduardo Campos (PSB) conversa ainda nesta semana com a candidata Dilma Rousseff (PT) e com as duas principais lideranças petistas do estado, Humberto Costa, candidato ao Senado, e o ex-prefeito João Paulo, candidato a deputado federal, para definir a linha das duas campanhas no estado. E o objetivo que se persegue é uma boa sinergia e para isso devem ser evitadas divergências que possam comprometer o resultado que se espera em outubro.
Essa estratégia segue a mesma linha já adotada na oposição pelos comandos das campanhas do candidato José Serra (PSDB) e de Jarbas Vasconcelos (PMDB), candidato ao governo do estado, cujo efeito mais visível foi a a moderação do discurso do senador peemedebista em relação ao presidente Lula. Do lado do palanque governista não há problemas de redirecionamento no discurso de campanha. Como aliados de primeira linha, Eduardo e o presidente Lula têm afinidades políticas, falam na mesma linha, sendo portanto, a princípio, muito fácil estruturar as duas campanhas no mesmo diapasão. Mas uma coisa é Lula, que não é candidato. E, outra, é a candidata Dilma Rousseff junto com o PT, um partido que cultiva divergências profundas que podem contaminar qualquer campanha eleitoral.
E isto é o que o governador não quer ouvir falar nem de longe. Daí a necessidade de uma conversa para, digamos assim, se colocar os pingos nos is e que devem ser preservados até o dia da eleição. Ontem, Eduardo decidiu o coordenador da campanha da Frente Popular, Milton Coelho, presidente estadual do PSB, que terá o suporte dos coordenadores das campanhas dos candidatos ao Senado, Humberto Costa e Armando Monteiro Neto (PTB). Mas essa coordenação, claro, não terá total independência na medida em que, em campanha, a última palavra sempre é do candidato a governador. E Eduardo, como se sabe, não abre mão de ter o controle de tudo. Por fim, feitos todos os ajustes e anúncios, a campanha da Frente Popular deve passar para uma fase mais movimentada.
Por Marisa Gibson -Diário Político- 08/07/10
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