quinta-feira, 8 de julho de 2010

Esforço dobrado


Oposição no âmbito federal, estadual e municipal, contando com um número reduzido de candidatos proporcionais e ainda preso às sessões plenárias em Brasília, o candidato da coligação Pernambuco Pode Mais, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), terá que se desdobrar como fez na campanha municipal de 2000. Isso se quiser diminuir a vantagem apresentada até o momento pelo seu opositor, o governador Eduardo Campos (PSB). Na ocasião, o peemedebista tirou a gravata em pleno comitê do então candidato à reeleição, o ex-prefeito do Recife Roberto Magalhães (DEM).

O gesto se transformou numa demonstração de que Jarbas estaria empenhado diretamente na vitória do aliado. O ex-governador chegou a dizer, na época, que só trabalharia até as 13h e o resto do tempo seria dedicado à campanha de Magalhães. Apesar de ser franco favorito, o democrata perdeu após participar de uma das eleições mais apertadas no estado para o ex-prefeito do Recife João Paulo (PT). Magalhães foi derrotado por uma diferença de pouco mais de 5 mil votos.

Com a movimentação de campanha limitada em relação aos seus concorrentes por conta do esforço concentrado das votações em Brasília, Jarbas e o senador Marco Maciel enfrentam outro desafio. Como manter uma agenda voltada para as bases tendo parte do tempo ocupada com as atividades do Senado? O recesso parlamentar tem início no dia 17 deste mês e retorno previsto para 1º de agosto.

Por outro lado, o governador Eduardo Campos e um dos seus candidatos ao Senado, o ex-secretário estadual das Cidades, Humberto Costa, podem correr frouxo no estado. "O cargo de senador impõe uma certa limitação. Por causa do mandato longo de oito anos, o eleitor só lembra dos candidatos nas eleições. Daí a necessidade de eles estarem em contato permanente com as bases", explicou o integrante do Núcleo de Estudos Eleitorais e Partidários da UFPE, Hely Ferreira.

Segundo a assessoria de Jarbas, o peemedebista não pretende se licenciar do cargo para fazer campanha, mas, caso haja um movimento coletivo no Senado, participará. "Jarbas não tomará uma atitude isoladamente. Mas é importante lembrar que dois terços dos senadores vão disputar a eleição esse ano. Se houver um movimento coletivo para o licenciamento, Jarbas seguirá a mesma linha adotada pelos colegas parlamentares", afirmou o jornalista Ennio Benning.

Na avaliação dos aliados de Eduardo, os trabalhos em Brasília não trarão nenhum prejuízo eleitoral para os candidatos com mandato. "Geralmente há um pacto tácito no Congresso para montar uma agenda especial no período de campanha. Por esse acordo, os parlamentares vão uma ou duas vezes por semana a cada 15 dias. Na eleição de 2006, Eduardo era deputado federal e fez uma campanha intensa para governador", lembrou um integrante do núcleo socialista.

Comitê - A inauguração do comitê central da campanha de Jarbas está marcada para o dia 24 deste mês. O quartel-general será na Rua Ricardo Hardman, na Tamarineira. No local, funcionarão os setores de coordenação, imprensa e mobilização.

Por Claúdia Eloi -Diário de Pernambuco- 08/07/10

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