Em Água Preta, até o Juiz foi vítima

Um pouco menos destruída do que os municípios de Barreiros e Palmares, Água Preta enfrenta dificuldades para se reerguer. Os moradores mais atingidos estão na parte baixa da localidade. Os cartórios, tanto de registro civil como eleitoral, escaparam da enchente. Juiz eleitoral da comarca local, Júlio Vasconcelos de Almeida também é responsável pelos processos da primeira vara, e teve sua casa atingida e alguns processos cíveis afetados.

No cartório eleitoral, sua equipe está disponível no horário comercial para a retirada de novos títulos. O cidadão que vai em busca da segunda via do documento sai de lá com ele em mãos. Para isso, é necessário apenas que o eleitor se dirija ao cartório com a cédula de identidade em mãos. “Vamos estar emitindo novos título até dez dias antes da eleição, na tentativa de fazer com que os moradores não deixam de votar por falta de documentação”, explicou Júlio Vasconcelos.

Água Preta tem aproximadamente 21.487 eleitores, distribuídos em 12 colégios eleitorais. Entre os principais, apenas o Ginásio de Esportes Juarez Lins de Hollanda está de pé. Abriga agora boa parte das famílias atingidas pela enchente. O Grupo Escolar João Vicente Queiroz veio abaixo e a creche Jonas Thompson também está bastante danificada.

Julio Vasconcelos garante que políticos em campanha ainda não apareceram em Água Preta. E que aqueles que têm base eleitoral no local estão atuando para oferecer ajuda aos moradores. “Todo o Estado de Pernambuco se mobilizou, não é?”, indagou o juiz. Apesar da destruição, Julio Vasconcelos acredita que o processo eleitoral poderá correr bem, com a reforma das principais escolas.

“Assim poderemos distribuir os colégios eleitorais por sala e abrigar os locais com sessões destruídas. Dessa forma, teremos uma eleição tranquila sem ser tão afetada por esta tragédia”, ponderou o juiz. O trabalho de reconstrução do município, assim como ocorre em Palmares e Barreiros, já foi iniciado. A principal atividade agora é a limpeza urbana e o reinício das atividades comerciais. No fim da semana que passou, o juiz esteve no Recife para exames médicos, porque sentia dores fortes no peito. Atualmente, colegas e conhecidos seus vêm sofrendo com o surto de leptospirose que assola os municípios atingidos pela cheia