quinta-feira, 22 de julho de 2010

Lula na TV: choro e discordância mas garantia de respeito à lei


Em entrevista ao Jornal da Record, exibida nesta quarta-feira, 21, presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse não concordar com as multas que recebeu por fazer propaganda antecipada da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff. “Tanto não admito, que nós entramos com recursos em todas elas, ganhamos algumas e perdemos algumas”, declarou. “Eu sei o exemplo que devo ser para a nação brasileira. Tento me comportar no limite do que dizem os meus advogados”, completou.

Na entrevista, o presidente comentou também o caso do vazamento dos dados da declaração do Imposto de Renda do vice-presidente do PSDB Eduardo Jorge Caldas Pereira. “Primeiro quem tem que esclarecer é a Receita Federal. A Receita Federal é tão intocável, que se eu pedir a declaração pro meu pior inimigo, a Receita vai ter que me denunciar”, disse.

Lula afirmou ainda lamentar não ter conseguido fazer a reforma política. “É como a reforma tributária, todo mundo concorda, mas quando chega no Congresso, não anda. O presidente também disse não ter vontade de voltar ao poder, mas ressaltou que não se pode dizer com toda certeza que não vai acontecer. “Se tiver juízo, me contentarei em ser um bom ex-presidente da República, sem dar palpite no governo dos outros”, disse.

Choro

O presidente chegou a chorar ao comentar um empréstimo de RS 200 milhões que o BNDES concedeu a cooperativas de catadores de lixo. Segundo ele, a razão da emoção foi o “reconhecimento que as pessoas perceberam que o País é delas.Eu estou emocionado porque as coisas estão acontecendo.As pessoas falavam ‘não vai dar nada, esse cara é um metalúrgico…”

Lula ficou irritado quando foi perguntado sobre os gargalos da economia. “Não é verdade (que a economia tenha gargalos). Os empresários nunca tiveram tanta obra nesse País. Quando eu assumi, em 2003, o País tinha apenas R$ 300 bilhões de crédito. Hoje temos RS 1,5 trilhões de crédito”, afirmou. “Vou entregar um país com menos pobres”, completou.

(Do blog Radar Político - Jair Stangler)

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