sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Racha entre Jarbas e Guerra é irreversível



O candidato a governador de Pernambuco pelo PMDB, Jarbas Vasconcelos, disse ontem que não vai mais tocar no assunto "Sérgio Guerra". Um sintoma de que o estremecimento entre ele e o senador tucano, que já não é novidade no palanque da oposição, chegou a um estágio irreversível.

Após uma concorrida caminhada na noite de ontem pela comunidade de UR-07, na Várzea, o peemedebista deixou claro que não deseja alimentar publicamente a rusga com o parlamentar do PSDB. "Eu não falo sobre Sérgio Guerra hora nenhuma mais", disse o candidato, interrompendo uma pergunta sobre declarações recentes do tucano.

Jarbas não quis se manifestar sobre o suposto desafeto quando estava concedendo entrevista ao lado de Mônica Serra, esposa do candidato tucano à Presidência, José Serra (PSDB), que visitou Pernambuco ontem ao longo do dia. Candidato a deputado federal, Sérgio Guerra também é coordenador nacional da campanha de Serra.

O ruído na relação entre os dois caciques da oposição se intensificou depois que os prefeitos tucanos ligados a Guerra migraram para o palanque de Eduardo Campos (PSB) sem que o senador tenha intercedido. O desgaste aumentou após a veiculação do guia eleitoral na TV de Guerra, onde ele destaca o seu envolvimento na gestão do ex-governador Miguel Arraes (PSB) e minimiza a união política com Jarbas.

Em entrevista à imprensa, Sérgio Guerra rebateu de forma dura as recentes declarações de Jarbas a respeito de "problemas com o PSDB", nas quais o peemedebista endossou que "os tucanos só têm criado dificuldades". O tucano reagiu dizendo que não traiu ninguém e sugeriu que Jarbas o escolheu como bode expiatório para justificar sua condição desfavorável nas pesquisas eleitorais. "Se ele (Jarbas) tem vinte e poucos porcento, isso é com ele. Ele quer arrumar um discurso pra vida dele", disse Guerra.

Mais cedo, durante um debate com alunos de um colégio particular, Jarbas passou por uma saia justa ao ser indagado sobre a sua parceria política com o senador Marco Maciel (DEM). Dois estudantes questionaram Jarbas pelo fato dele ter combatido a Ditadura Militar e, anos depois, continuar apoiando alguém que participou do governo durante o regime, numa referência a Maciel, que estava presente no debate. O democrata respondeu que sempre teve vida pública extremamente coerente e que defendeu o movimento estudantil, enquanto Jarbas disse que pertence ao PMDB dissidente.

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