sábado, 7 de agosto de 2010

Barreto diz que vai, mas não vai


O anúncio de que o deputado estadual Marco Barreto (PMN) iria apoiar a campanha do governador Eduardo Campos (PSB) provocou o primeiro desgaste da Frente Popular. A adesão foi informada à imprensa pela assessoria do socialista (por e-mail e telefone), mas de última hora Eduardo desistiu de ir à sede do PSB, local do encontro. O motivo, segundo a assessoria, seria uma agenda administrativa no Palácio das Princesas. Nos bastidores, entretanto, comentou-se que o deputado recuou por pressão. Teria pesado contra ele o risco de ser expulso do PMN e não poder disputar a reeleição. A ameaça era real e seria mais uma polêmica na carreira do parlamentar. Em 2008, ele foi denunciado pelo Ministério Público do Trabalho por manter 40 trabalhadores rurais em "condições degradantes" em um engenho de Água Preta, na Mata Sul.

Marcos Barreto não foi localizado pela reportagem. O líder da oposição, Augusto Coutinho (DEM), disse que conversou várias vezes com Barreto por telefone e que elenegou a adesão. "O que aconteceu foi o seguinte: o deputado Guilherme Uchôa (PDT), presidente da Assembleia, ligou para ele, disse que o governador queria vê-lo, e ele topou o encontro. Quando soube que seria na sede do PSB, desistiu", declarou o democrata, negando que a desistência tenha sido motivada por pressão.

O presidente estadual do PMN, Sílvio Barbosa, foi o primeiro no estado a agir com dureza contra a possível infidelidade partidária. Para evitar debandadas como vem acontecendo no PSDB, Sílvio prometeu tomar todas as medidas possíveis para "fortalecer o processo democrático". A primeira seria abrir um processo contra o parlamentar no Conselho de Ética do partido para expulsá-lo.

Sílvio Barbosa afirmou, que apesar de pequeno, "o partido tem lado" e não vai deixar de ser oposição. Ele reafirmou apoio à candidatura do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao Palácio das Princesas. "Não existe essa de subordinação nossa a nenhum partido. Temos personalidade e não permitimos adesismos", declarou.

Segundo Eduardo, houve um mal entendido. "Não estou sabendo de nada disso. Em nenhum momento conversei com o deputado Marco Barreto (sobre adesão). O presidente da Assembleia me disse que ele queria conversar comigo no PSB, mas não informou o motivo. E eu não pude ir, porque tive quatro reuniões de monitoramento". declarou.

Do Diário de Pernambuco - 07/08/10

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VISITAS

Contador de visitas
Powered by Zaza

Arquivo do blog