domingo, 29 de agosto de 2010

Eduardo e o PSB buscam protagonismo


A iminente reeleição do governador Eduardo Campos (PSB) fermenta um projeto que tende a ganhar corpo a partir de 2011: o voo nacional do socialista. Se renovar o mandato com os números previstos em pesquisas de intenção de voto, Eduardo terá a seu favor fatores que podem lhe conferir o caráter de líder além das fronteiras de Pernambuco e acima dos limites do PSB, partido presidido nacionalmente por ele. A disputa local com o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) pelo Executivo estadual tem peso nesse processo e é prioridade nesse momento. Afinal, o governador, ainda que não admita, quer fazer da possível vitória uma revanche da derrota imposta pelo peemedebista ao seu avô, ex-governador, Miguel Arraes em 1998. Entretanto, passada a eleição, Eduardo deve conduzir sua gestão com um olho aqui e outro em Brasília.

Antes mesmo das urnas lhe assegurarem mais quatro anos no Palácio do Campo das Princesas, o socialista já exibe um discurso 'federalizado'. Ao falar à Rádio Clube sobre o plano de promover a discussão sobre um pacto pela saúde disse ser preciso ouvir entidades médicas, profissionais de saúde, prefeitos, sociedade civil e "envolver todos num amplo debate que o Brasil precisa fazer". "Nesse momento, faltam R$ 50 bilhões no orçamento para a Saúde. Isso é o que dizem técnicos e precisamos fazer esse debate com coragem", afirmou e completou: "Precisamos todos colocar no papel qual é a função do do governador, do prefeito, do presidente, do enfermeiro, do médico, da entidade médica, de todos".

Declarações como essas somadas à previsão de ampliação da base do PSB no Congresso Nacional indicam que o governador e seu partido pretendem ser muito mais que figurantes de luxo num eventual governo de Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência da República. Eduardo, é essa a leitura que se faz da sua movimentação, pretende ter voz ativa na gestão da petista. Mesmo sabendo-se do gigantismo e da voracidade do PMDB por cargos e embora o PT deva dar as cartas no Planalto, o PSB planeja falar grosso.

Para isso, usará, além da musculatura eleitoral que pode adquirir, a fatura por ter tirado o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) do caminho de Dilma. Aliado dos mais leais a Lula, Eduardo Campos fechou a porta da sigla para o projeto de Ciro a pedido do presidente. Com isso, não impediu a presença de um concorrente governista de peso na corrida pelo Planalto e abriu espaço para o fortalecimento da candidatura da ex-ministra da Casa Civil.

Costura - Vale ainda destacar o fato de que a relação do governador com Dilma não deve ser costurada com as mesmas linhas de afinidade que ele tem com Lula. Até mesmo porque o PSB se aproximou definitivamente do PSDB na campanha deste ano. Inclusive em Pernambuco. Em suma, o provável segundo mandato de Eduardo e o possível primeiro governo de Dilma devem abrir uma nova fase no relacionamento entre socialistas e petistas. Afinal, 2014 é logo ali. E se o PT foi longe, o PSB arma-se para trilhar o mesmo caminho.

Do Diário de Pernambuco - 29/08/10

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