sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A nova equipe


Concentrando todas as energias na eleição para presidente da República, Eduardo Campos (PSB) vem repetindo que só em dezembro anunciará a equipe para o segundo governo e o calendário do governador tem uma lógica: da vitória ou derrota de Dilma Rousseff (PT) depende o grau da mudança que será feita no atual secretariado. Reeleito com uma votação consagradora, Eduardo tem a obrigação de reinventar seu governo embora não possa ousar muito para não cometer injustiças com os auxiliares que contribuíram para sua vitória. É certo que a formação do secretariado é algo muito pessoal mas passa também pelo compromisso com a ampla frente partidária que o elegeu, o que exigirá a presença de novos atores no governo. E aí é que está. Com Dilma presidente, o governador terá mais espaços para acomodar seus aliados. Com Serra presidente, esses espaços vão minguar. Agora seja qual for a circunstância, o PSB terá os cargos de maior peso sobretudo nas chamadas áreas meio como Fazenda, Planejamento e Administração que serão ocupadas por pessoas da estrita confiança de Eduardo, o que lhe garante o controle absoluto da máquina do governo. Abaixo do PSB, vem o PTB, com Armando Monteiro Neto eleito com a maior votação para o Senado, e que terá presença expressiva no governo, passando para trás o PT, que pode até ter seu espaço ampliado mas só um pouco, se for o caso. Com o PT no comando da Prefeitura do Recife, a tendência é que o governador deixe os petistas reinando no seu espaço de poder e conduza o processo sucessório de 2012, considerando a eleição de Humberto Costa para o Senado e a expressiva votação do ex-prefeito João Paulo para deputado federal. Já o PR de Inocêncio Oliveira, que não foi contemplado na chapa majoritária, pode preservar os cargos que já tem, porém dificilmente tará sem espaço ampliado. E o PP que quase não pontuou no primeiro governo, está credenciado a ganhar uma fatia maior do bolo pela surpreendente vitória do deputado Eduardo da Fonte. O PDT, evidentemente, já tem a sua impressão digital no governo que é o vice-governador João Lyra Neto. Como em 2006, o governador Eduardo Campos retoma a tese de que sua preocupação não é compensar os partidos com cargos, mas dar aos aliados oportunidades de usufruir dos dividendos políticos do seu governo. Esse é um discurso bonito mas...

Por Marisa Gibson - Diário Político

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