segunda-feira, 28 de março de 2011

HOMENAGEM AO EVANDRO WANDERLEY - O MAGO DE PESQUEIRA‏


Canetadas on line (Por Jurandir Carmelo)


O MAGRO EVANDRO, DE HENRIQUE WANDERLEY, VIROU O “MAGO” DE PESQUEIRA, O MAGO DE TODOS NÓS!


Quem leu sobre os três reis magos que visitaram, presentearam, e reverenciaram JESUS, no longínquo dia 6 do primeiro Janeiro do seu nascimento, conhecem um pouco da história de Belchior (ou Melchior, ou mesmo Melquior), Baltasar e Gaspar.

De recortes bíblicos que tenho em minha estante, leio minuciosa descrição feita por São Berda, o Venerável (673-735), em seu tratado “Excerpta et Colletanea” sobre as figuras de Melquior (também Belchior ou Melchior), Gaspar e Baltasar.

Por ordem de idade: Melquior, 70 anos (de barbas e cabelos brancos); Baltasar, 40 anos (era mouro e tinha barba cerrada); e Gaspar, de apenas 20 anos (tinha uma compostura robusta).

A história nos conta que não teriam sido reis, mas sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia, ou mesmo conselheiros...

Como todos sabem foram três os presentes que os Reis Magos entregaram a Maria, Mãe de Jesus: ouro, incenso e mirra. O ouro, para uns, poderia representar a Realeza; O incenso representaria a Fé cristã (...é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobre ao céu – Salmos 141:2); A mirra, resina antiséptica usada em embalsamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra aloés foi usado no embalsamento de Jesus (João 19: 39 e 40).

Atualizo o meu trabalho e chego ao CALDAS AULETE – Dicionário Contemporâneo da Lingua Portuguesa . Volume 3, Editora Delta S. A. – Travessa do Ouvidor, 22 – Rio de Janeiro – 1952, pág. 3076.

O que é Mago? - Mago, s.m. Sábio, perito no culto da religião (Aplica-se aos antigos sábios e sarcedotes da Périsa)...

Estou satisfeito, mas consulto, por último o Aurélio, é dificil viver nos dias de hoje sem ter um Aurélio (mini ou grande, não importa) por perto. Recorro aos bons préstimos e ensinamentos do Mini Aurélio – Escolar – Editora Nova Fronteira. 2001, pág. 439.

Primeiro, Mago: sm. 1. Antigo sarcedote, entre o medos e persas. 2. O que pratica a magia (1); mágico. Bruxo.

Vou mais adiante e pesquiso: sarcedotes, magia, mágico, bruxo.

Para o meu estudo descarto logo a expressão bruxo, nada tem haver com o que pretendo. Mas, fixo o olhar nas outras três expressões: magia; mágico; e sacerdote .

Das duas primeiras, extraio parte da resposta que procuro.

Ma.gi.a. sf. 1. Religião dos magos. 2. Ciência e arte em que se pretende empregar conscientemente poderes invísveis para obter efeitos visíveis; mágica ... 3. Fig. Encanto que exercem nos sentidos, ou no espírito, as belas-artes, a poesia, as paixões.

Má.gi.co. adj. 1. Que se refere à magia. 2. Dotado de poder sobrenatural. 3. Fig. Encantador, extraordinário, maravilhoso. S. m. Indivíduo que pratica a magia.

Sim, agora justifica o tratamento que dispensei ao Magro de Henrique Wanderley, a quem sempre tratei de o “Mago” de Pesqueira.

Quem conheceu EVANDRO sabe que ele esteve em vida muito mais para ser o MAGO DE PESQUEIRA, do que o MAGRO DE HENRIQUE WANDERLEY, porque nele se concentrava a magia da vida, por ser sempre encantador, extraordinário.

De bons propósitos, sempre prudente, conquistou uma legião de amigos, compartilhando momentos alegres e tristes.

Vocacionado a amar a sua terra PESQUEIRA, pobre de bens materiais, serviu a muitos com a fortuna que carregava em sua alma e coração.

O MAGO DE PESQUEIRA era, também, um sacerdote. Sim, porque exerceu com escrúpulo e impecável dignidade uma profissão honrosa e muito elevada, a de servir.

Retratou Pesqueira, filmou a vida, retocou o SAP, jogando no ar um pouco da história da terra que lhe viu nascer, que lhe serviu de berço, Pesqueira! É essa Terra que Ele amava, na grandiosidade de sua alma, na humildade de seus gestos.

Na página principal do site do SAP, uma só frase postada acima de sua fotografia, reflete o sentimento de todos os pesqueirenses:

“ADEUS EVANDRO...

A SAUDADE QUE VOCÊ DEIXA É DO TAMANHO QUE TINHA O SEU CORAÇÃO GENEROSO!”

Sim, acertamente a frase diz tudo: “...coração generoso!”

Vai hoje ao encontro do Pai celestial. Vai hoje ao reencontro marcado com o mestre HENRIQUE WANDERLEY, seu pai. Vai ao reencontro marcado com dona ALBERTINA WANDERLEY, sua mãe. Vai, também, ao reencontro marcado com Zé Ramalho, seu sogro.

Mas, vai deixar enorme saudade nos corações de VANJA WANDERLEY, sua dileta esposa e de seus filhos. E essa saudade será partilhada nos corações de sua irmãs Eliane, Evanusa e Evaneide. A mesma saudade estará presente nos corações dos seus sobrinhos todos e dos cunhados Nino (casado com Eliane); Pedro (casado com Evanusa) e Jânio (casado com Evaneide).

Minha querida amiga e prima MARGARIDA MACIEL, esposa do meu dileto amigo João Capri, fez uma dramático apêlo ao EVANDRO, com contorno poético e sentimento d’alma.

Ainda é cedo amigo!.


Não vá assim tão depressa meu amigo

Ainda há tanto prá ver

Tanto prá viver

Não vá tão depressa meu amigo

Ainda há tanto prá te dizer

Tanto prá aprender.



Temos ainda tantas canções prá curtir.

Canções passadas, da nossa jovem guarda,

Canções que vão surgir nas paradas.

Não vá tão depressa meu amigo,

Ainda há tantos caminhos a trilhar,

Do teu entusiasmo para vivê-lo.



Não vá ainda amigo,

A bola ainda está rolando,

No campo ainda estamos jogando.

É cedo ainda prá descer do nosso vagão,

O trem está na linha...

Não chegou a estação.



Não vá ainda cara, é cedo!...

Ainda há conselhos a dar e receber

Ainda há histórias prá escrever,

Ainda há muitas folhas em branco,

Nosso contrato ainda não terminou,

Nosso sonho ainda não acabou.



Do jardim ainda podemos cuidar,

É tempo de colher...

Não é tempo de podar.

Não vá assim meu amigo

Sem darmos aquele forte abraço,

Sem um aceno aos amigos seus,

Tão apressado, para morar com Deus.



24/03/2011

De Margarida Maciel para “o Mago” (postado no blog “NA BOCA DO POVO”).

Que lindo Margarida! Que apêlo merecido! Você disse por todos nós. Você disse por Pesqueira! Voce sabe que Evandro não lhe faltou, não nos faltou, não faltou aos seus, muito menos a sua (nossa) Terra Pesqueira.

Evandro apenas tinha um compromisso maior. Como bom homem, bom filho, bom pai, bom esposo, bom irmão, bom tio, bom cunhado, bom amigo, Ele não poderia faltar a Deus. Ele era apenas um “MAGO”, não um DEUS, como tantos de acham por aí.

O nosso Walter Freitas (Walter da Padaria) escreve para o MAGO, em uma crônica publicada em diversos blogs pesqueirenses, com um título justo ao nosso Evandro Wanderley, e aqui em CANETADAS ON LINE, faço questão de inserir, pois digna do nosso reconhecimento, do qual tenho certeza tenho a sua autorização.
MORRE O HOMEM, FICA A FAMA (Por Walter Jorge de Freitas).
Enganam-se completamente, aqueles que imaginam tornarem-se famosos, apenas por terem vultosa conta bancária, figurarem nas páginas sociais ou exercerem cargos políticos de grande envergadura. Tudo isto é efêmero, transitório. Precisam de muito mais. Devem, a meu ver, direcionar suas ações às boas causas e em favor dos mais carentes.
De um samba composto por Ataulfo Alves e Paulo Gesta, escolhemos uma frase bem conhecida para dar título a esta modesta crônica, cujo intuito é registrar a grande tristeza pela perda do amigo e grande idealista Evandro Henrique da Silva Wanderley. Assim, inspirado nos poetas, buscamos meios para prestar merecida homenagem ao grande amigo chamado carinhosamente de MAGO, que acaba de nos deixar.

Do pai, Henrique Wanderley, herdou o gosto pela música e o talento de lidar com fotos e imagens. Colaborou com vários conjuntos musicais e registrou em sua câmera, importantes cenas do nosso carnaval e outros eventos ligados à nossa cultura.

Foi atleta de futebol de salão e de campo, defendendo sempre o nome de Pesqueira com brilhantismo e disciplina.

Preservava importante acervo de fotos e filmes com atletas e artistas locais, o que demonstra o seu interesse pelas coisas boas ligadas à nossa terra.

Com muito sacrifício e dedicação pessoal, o abnegado desportista Evandro, desenvolveu importante trabalho sócio-esportivo, pois enquanto garimpava e forjava talentos para o futebol, evitava que garotos de nossas comunidades cedessem às tentações que a vida moderna lhes impõe.

Em 2004, abraçou, juntamente com Laurene Martins, Enilson Flávio e João Capri, a espinhosa tarefa de reativar o Serviço de Alto-falante de Pesqueira (S.A.P.). Lutava ardentemente pela realização do sonho de transformar o S.A.P. em uma rádio comunitária, cuja papelada tramita nas repartições localizadas em Brasília.

E logo agora, como segundo nos informa o professor Fernando, o processo está bem adiantado, um dos principais batalhadores pela importante conquista, recebe o chamado do Criador, sem ter a felicidade de ver esse projeto tornar-se realidade.

Mesmo sentindo bastante a sua falta, todos nós, familiares e amigos, devemos aceitar tudo como normal, pois quando DEUS quer, uma idéia vira realidade, mesmo sem a presença material de quem a concebeu ou lutou por ela.

Finalmente, certos de um futuro reencontro, pedimos ao novo controlista de som do S.A.P., para fazer tocar o samba de Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito, “QUANDO EU ME CHAMAR SAUDADE”, oferecida ao amigo EVANDRO, que por sinal, gostava muito de ouvi-lo na voz da cantora Nora Ney. Pesqueira, 25 de março de 2011.

Talentoso o nosso amigo Walter. Escreve com sentimento, porque com o coração. O MAGO não ler a sua crônica, mas vai sentir a sua presença, nessa manifestação de carinho.

E Pesqueira mais uma vez em luto, é novamente comoção. E temos que conviver com isso, porque a única certeza na vida, é a morte.

Durante a reta final de sua efermidade, telefone tocando, emails indo e vindo, mundo afora. Uns querendo saber sobre a possibilidade de vida de EVANDRO. Outros mais, enviando mensagens de fé, de esperança, de carinho. Essa sim é a nossa Pesqueira, solidária, amiga, presente nas horas de alegria e tristeza. Diversos foram os emails dos que fazem A GNP – Grande Nação Pesqueirense, ou seja, as COLÔNIAS DE PESQUEIRENSES espalhadas por esse gigante Brasil – Recife, Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas, etc. Todos de alguma forma queriam se despedir de EVANDRO, O MAGRO DE HENRIQUE WANDERLEY, O “MAGO” DE PESQUEIRA.

Do MAGRO DA INDIA, O “MAGjO” DO MUNDO, MAHATMA GANDHI, escolhi essa frase para encerrar essa singela homenagem ao meu amigo EVANDRO, O MAGO DE TODOS NÓS:

“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitoria propriamente dita.” (Mahatma Gandhi)

Mago, juro que valeu!



Pesqueira, 26 de março de 2011.

Em nome de todos os seus amigos, especialmente os leitores de Canetadas on line.

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