quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Oposição pode "emagrecer" na Câmara dos Deputados


A falta de fôlego da campanha do senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) ao governo do estado pode causar a maior baixa da oposição pernambucana na Câmara dos Deputados desde 1990. Os deputados federais da coligação Pernambuco Pode Mais começaram a fazer as contas e vislumbram números nada positivos. A maioria acredita que o bloco oposicionista deve eleger oito deputados no máximo, mas quatro dos candidatos cotados podem mudar de lado após as eleições, sendo três deles do PSDB e um do PMDB. Na prática, isso deixaria apenas quatro deputados federais na oposição a um eventual governo de Eduardo Campos (PSB), favorito nas pesquisas de intenção de voto.

Tudo ainda está no campo hipotético, com base em cálculos matemáticas feitas em caderninhos. Mas os parlamentares que fazem esses prognósticos são da própria base oposicionista. Eles atribuem o fraco desempenho da oposição à força política de Eduardo e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que fez de Pernambuco seu maior reduto eleitoral do Nordeste. "Com essa hegemonia, os prefeitos se aliaram ao governador e os deputados federais da oposição começaram a perder bases políticas", afirmou um parlamentar, em reserva.

Segundo as contas feitas por um outro deputado, os postulantes mais fortes seriam Sérgio Guerra (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Raul Henry (PMDB). Mas outros cinco disputam um lugar ao sol e um pode até sobrar se Jarbas não melhorar o desempenho. "É todo mundo chinês. Até o próprio Raul Henry (PMDB), que era um dos mais fortes candidatos, perdeu base em três municípios do interior (Gravatá, Timbaúba e Afogados da Ingazeira)", frisou um oposicionista.

Na ponta do lápis, além de Sérgio Guerra, Mendonça e Raul Henry, os que mais têm chances de vencer pela oposição são Edgar Moury (PMDB), Bruno Araújo e Bruno Rodrigues (ambos do PSDB), além de Augusto Coutinho e André de Paula (ambos do DEM). Acontece que Edgar Moury e os três candidatos do PSDB podem mudar de palanque pós-eleição. Edgar recebeu a visita do governador nainauguração de seu comitê, enquanto os tucanos não descartam a possibilidade de integrar a base de Eduardo. Dos 17 prefeitos do PSDB, 14 já deram o passo de adesão.

Se os números se confirmarem, o bloco oposicionista pode ter um futuro nebuloso e dificuldade de se reorganizar até 2012, quando acontecem as eleições municipais. Normalmente a bancada governista é maior na Câmara, mas a oposição nunca foi abafada a ponto de não fazer barulho e de não representar os segmentos da sociedade insatisfeitos com os governos federal e estadual. Isso pode mudar agora.

Caso as pesquisas não se alterem a favor, Eduardo pode ter ao seu lado 21 deputados federais. Número maior que o alcançado por Jarbas durante o primeiro mandato, a partir de 1999, quando chegou a uma bancada de 19 parlamentares. O peemedebista perdeu apoios durante o segundo mandato, quando viu sete aliados se afastarem (Roberto Magalhães, Inocêncio Oliveira, Armando Monteiro Neto, Luiz Piauhylino, José Múcio Monteiro, José Chaves e Joaquim Francisco). Agora, sem a força política de antes, sua candidatura corre o risco de eleger a menor bancada oposicionista desde 1990. É o que Eduardo persegue todos os dias.

Deputados federais eleitos

Ano | Governador | Oposicionistas | Aliados

1990 Joaquim Francisco 11 14
1994 Miguel Arraes 12 13
1998 Jarbas Vasconcelos 6 19
2002 Jarbas Vasconcelos 14 11
2006 Eduardo Campos 7 18

OBS: Os dados são do TRE, mas levam em consideração os parlamentares que, por um motivo ou outro, mudaram de lado ao longo do mandato

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