
Peço licença ao amigo William Porto para transcrever sua crônica que foi lida hoje por Arnóbio Marques na missa de 7º dia de seu falecimento na catedral de Santa Águeda:
A PARTIDA DE NÊGO
Da Pitanga ao Prado fez-se silêncio. Da mesma forma na Mutuca e em toda a zona rural de Pesqueira. Era o silêncio triste, respeitoso, dolorido. Um silêncio que era também um gesto de reverência a um grande líder político que partira para o andar de cima: Eutrópio Monteiro Leite, a quem todos, carinhosamente, apelidavam de Nêgo. Ele fora duas vezes prefeito, também vice e vereador.
Foi o político que mais se identificou com o nosso povo, o mais parecido com o povo, e eu diria foi a mais perfeita tradução do povo simples da Ororubá Lendária e Eterna.
Era um político à antiga, um político umbelicalmente ligado ao povo, um político solidário com o povo. Nunca fechou a sua casa aos pobres, as portas de sua casa sempre estiveram escancaradas para os pobres.
Venceu eleições, perdeu eleições, viveu em meio às eleições e à politica, mas nunca mudou de cara, foi sempre o mesmo, sem afetação,sem pose, sem besteira. Foi sempre o mesmo matuto, um matuto astuto que dava drible da vaca em muito saberôto da política. Era um mestre na arte da política porque sabia entender o povo.
O legado que Eutrópio deixa é a lição de humildade, o exemplo de solidariedade, a simplicidade, a maneira divertida como encarava a vida com otimismo e cordialidade.
Fez parte do quinteto de grandes líderes populares, uma linha de frente que a esta hora no Reino de Deus devem estar falando sobre a prefeitura da Pesqueira do céu, estão juntos discutindo e rindo: Neco, Luiz Neves, João Leite, Valderique e Eutrópio. Valeu, Nêgo.
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