sexta-feira, 1 de julho de 2011

Canetadas on line - Por Jurandir Carmelo (*)

Leitinho o “MEU VICE”...

Na madrugada do sábado do dia 11.06.2011, Pesqueira viveu um momento de vigília, e como tal a insônia rondava a Cidade em seus quatro cantos. Todos queriam notícias de Leitinho, o sempre menino de “seu” Moacir e dona Anita Leite de Almeida. Por e-mail muitos pesqueirenses me perguntavam quem era Leitinho, o que havia acontecido, em razão de textos desencontrados em relação ao fato. Outros mais pediam para que eu escrevesse alguma coisa sobre Ele. Independente dos pedidos, Eu não deixaria de lhe prestar uma homenagem, mesmo que simples, aqui em Canetadas. As razões desse preito se seguem ao discorrer das palavras.

FELÍCISSIMO PLÍNIO LEITE DE ALMEIDA era o seu nome. LEITINHO era a forma carinhosa com que os familiares e amigos o tratavam.


Do nome próprio: Felicíssimo vem do avô Paterno - (Felicíssimo Leite); Plínio vem do avô materno (Plínio Almeida).

Nasceu Leitinho no dia 21/02/1967, vindo a falecer em razão do trágico acidente de trânsito, aos 44 anos de idade, no dia 10/06/2011, pelas 19 horas, na BR 232, sentido Arcoverde / Pesqueira, quando voltava da Fazenda “Queimada da Onça”.

Natural de Pesqueira – Pernambuco, era filho de Moacir Bezerra de Almeida (Agropecuarista) e Anita Leite de Almeida (Professora). Leitinho era técnico agrícola e agropecuarista, além de ter sido vereador, em vários mandatos – (notas abaixo sobre o seu perfil político).

Residia no endereço da Rua Dr. Lídio Paraíba, nesta Cidade de Pesqueira, Estado de Pernambuco. A casa em que morava pertenceu ao seu avô materno, o ex-coletor federal Felicíssimo Leite, também já falecido.


A FAMÍLIA DE LEITINHO: Como já foi dito acima Felicíssimo vem do avô Paterno - (Felicíssimo Leite); sua Avó materna chamava-se Djanira Leite; Plínio vem do avô materno (Plínio Bezerra de Almeida), sendo avó paterna dona Maria Lira de Almeida, ou simplesmente dona Lira.

Dos avos paternos > Plínio Bezerra de Almeida e Maria Lira de Almeida (Dona Lira). Ele, Plínio era filho de Justino Bezerra de Almeida e dona Cândida Rodezina de Almeida. Ela, Maria Lira era filha de Joaquim Honorato de Almeida e dona Quitéria Bezerra de Almeida.

“Seu” Plínio era irmão de Leocádio Bezerra de Almeida, sendo dona Lira irmã de dona Alice Bezerra de Almeida, pais do amigo e poeta Laurene Bezerra de Almeida, que escreveu poeticamente, o seguinte verso para o primo Leitinho:


Leitinho, meu primo, meu irmão,Agora que já desvendaste
O segredo de Deus,
Ou Deus desvendou os teus segredos?
Espera por nós.
Pois que temos para onde ir,
Graças ao Pai.
O que nos resta é tudo:
A misericórdia de Deus!


(Pesqueira - Junho de 2011. Laurene Almeida)

Tios de Leitinho, por parte do pai Moacir Bezerra de Almeida: Zito Bezerra de Almeida (falecido prematuramente); Maria Anita de Almeida (falecida, também de forma prematura); Luiz de Plínio Bezerra de Almeida (falecido) foi casado com Gilka Cordeiro do Amaral de Almeida, com os seguintes filhos: Maria Helena (Mema); Luiz de Plínio; Elizabethe (Beta), casada com o nosso contemporâneo do Ginásio Cristo Rei (época do padre Siqueira) Joaci Siqueira “filho de seu Aparício”; Fernando Almeida (de saudosa memória) e Ana Gloria casada com o promotor de Justiça Dr. Edvaldo, sogros do Dr. Alexandre Almeida, que por sua vez é filho do poeta Laurene Almeida;

Lídio Bezerra de Almeida (falecido, igualmente, de forma prematura, aos 26 nos de idade);

Antonio Plínio Bezerra de Almeida (falecido), casado com dona Maria de Lourdes de Almeida, pai do padre Virgílio Almeida (pároco em uma das igrejas São João Pessoa/PB. O padre Virgílio foi que fez a encomendação do corpo de Leitinho), também de Abrão Almeida (funcionário do Banco do Brasil), Jaqueline e Ana Katarina;

Terezinha Bezerra de Almeida (solteira) reside na mesma casa onde viveram seus pais (Plínio e dona Lira), localizada à Rua Barão de Vila Bela – (mesma rua onde nasceu o editor de Canetadas, Jurandir Carmelo e os seus irmãos Nalise; Paulo; Iêda e Lídio).

Celina Bezerra de Almeida Freire, viúva de Antonio Felismino Freire (o saudoso “Antonio Cobrinha”, pai entre outros dos meus amigos Orestes (Oreu) e José Cláudio (Zeca). Celina voltou a residir na mesma casa da Rua Barão.

Geraldo Bezerra de Almeida (falecido), casado com dona Maria do Socorro Assis de Almeida, sendo seus filhos: Ana Célia, casada com José Joaquim de Assis (filho de Dr. Ivo Isidoro de Assis), sendo seus filhos: Mário Henrique (Kiko) e Ana Lívia (Livinha); Thomaz Henrique Assis de Almeida, casado Laura, com filhos; Ana Fabrícia, casada com Eduardo Carneiro Leão (filho do Dr. Otávio Carneiro Leão, que por muitos anos teve fazenda em Pesqueira, na Serra do Ororubá. As terras foram reintegradas ao patrimônio dos Índios Xucurus); e Ana Paula, casada com Inácio, nascido no sertão do Pajéu, na Cidade de São José do Egito.

(Em tempo: Dos filhos de seu Plínio, foi Geraldo com quem mais conviveu o editor de Canetadas, em razão da idade e pela proximidade com o seu primo Laurene Bezerra de Almeida, com quem, juntos, traçamos umas e outras.

Os tios de Leitinho por parte da mãe, dona ANITA LEITE DE ALMEIDA: João de Araújo Leite (solteiro). Falecido. Ex-prefeito e ex-Vereador de Pesqueira. “Seu” João, como o tratávamos, era a inspiração política de Leitinho. Homem correto e honesto voltou a sua administração para cuidar das pessoas carentes, mas fez, também, obra de cal e pedra.

UM POUCO SOBRE A HISTORIA POLITICA DE JOÃO LEITE...

João leite foi eleito prefeito de Pesqueira nas eleições municipais de 1988 para o seu único mandato (1989 / 2002), obtendo 9.619 votos, quando disputou pelo “PFL” com o ex-prefeito Eutrópio Monteiro Leite - “PMB” - (8.225 votos); o professor Osvaldo Bezerra de Oliveira – “PMDB” - (4.023 votos) e Admilton Miranda – “PT” – (340 votos).

Antes do pleito municipal de 1988, João Leite disputou as eleições estaduais de 1994, também pelo PFL, mesmo tendo sido convidado pelo saudoso Governador Miguel Arraes para sair candidato a de deputado estadual pelo seu partido, o PSB. Se tivesse aceitado o convite do velho Arraes teria ganhado as eleições, pois a legenda era menor e as oportunidades eram outras. Mesmo assim obteve em Pesqueira 11.967 votos, alcançando mais de 15 mil votos no Estado, sufrágios esses não suficientes para representar Pesqueira na Casa Joaquim Nabuco, ficando na segunda suplência. Homem coerente com o que pensava e defendia “seu” João não abria mão de mudar de partido, e dizia sempre: “(...) não sou político para ficar mudando de um lado para o outro”.

Como prefeito João Leite chegou a ser comparado a Neco Tenório, Luiz Neves e Eutrópio Monteiro Leite, pela sua ação popular. Era amigo dos pobres. Ele era curto e direto e não levava deboche pra casa, nem mandava recado. Nunca votei nele, mas tínhamos o respeito mútuo, dentro do mais belo sentimento da política que é a convivência dos contrários. O que hoje quase não existe. Raros são os casos em que a convivência dos contrários é exercitada.

João Leite veio a falecer em 1996, quando se preparava para voltar ao Palácio Major Candinho como prefeito de Pesqueira. Era forte candidato, quase que imbatível, diziam à época seus correligionários e alguns adversários seus reconheciam esse fato. Com a sua morte, vendo o campo aberto, Eutrópio Monteiro Leite que já estava praticamente fora da política, foi às urnas e bateu os três candidatos com os quais concorreu. Eutrópio não só surpreendeu na campanha, pois sem apoio de quase nenhum vereador e lideranças políticas outras, obteve 13.257 votos, ganhando as eleições com 519 votos sobre os três outros candidatos, que juntos somaram apenas 12.738 votos, a saber: João Eudes Machado Tenório (PFL) > 8.342 votos; Paulo Fernando Gamboa da Silva (PSB) > 3.190 votos; Franklin José do Nascimento Lins (PT) > 1.206 votos. Nessa eleição foram apurados 28.762, com 25.995 votos válidos. Votos brancos 1.113 (3%) e votos nulos 1.654 (5%).

Outros irmãos de dona Anita, mãe de Leitinho:Artur Araújo Leite (falecido);

Armando Araújo Leite (mora no Recife);

Maria da Penha Leite (Borba ou Cavalcanti). Professora. Viúva de Adson Borba Cavalcanti, o saudoso Adinho, de “seu” Luiz e dona Nair Borba, com filhos;

Socorro Leite (Rufino de Siqueira), casada com o médico Dr. Cleto Gilberto Rufino de Siqueira, com filhos. O Dr. Cleto foi prefeito de Barreiros.


SEUS IRMÃOS E IRMÃS, CUNHADOS E CUNHADA: Moacir Bezerra de Almeida Junior (in memoriam). Faleceu, ainda, em terna juventude, tal qual o irmão Leitinho. Coisas do destino. Coisas da vida.

Maria Verônica Almeida Jatobá, casada com o professor Ricardo Mergulhão Jatobá - filho do meu saudoso amigo e confrade de imprensa matuta, um dos melhores cronistas de Cidade de Pesqueira -, o saudoso Rinaldo Jatobá e sua esposa dona Djanira Mergulhão Jatobá. Rinaldo era filho de seu Netinho e de dona Regina Jatobá, a “VOZ CANÁRIO DE PESQUEIRA”. Dela ouvi belas canções na casa de meus pais, sempre acompanhada pelo talentoso Eurivinha ao dedilhar as cordas de seu violão, muitas vezes com a presença de Nivaldo, também violonista. Ricardo e Verônica são pais de Gabriela e Rebeca Almeida Jatobá.

Maria Djanira Almeida de Souza Leão, casada com Euclides de Souza Leão (conhecido por Leão), com três filhos: Márcio, Michele e Tatiane Almeida de Souza Leão. Segundo informações moram no Estado da Bahia.

Maria do Socorro Leite de Almeida, a irmã gêmea de Leitinho. Mora no Estado da Bahia.

Maria Mônica Leite de Almeida – (solteira). Mora no Recife;
Márcia Anita Leite de Almeida do Rego Barros, casada com Otávio do Rego Barros, com dois filhos: Otávio e Lourdenila Almeida do Rego Barros. Otávio é empresário e Diretor do Grupo Rancho Alegre, ao lado do irmão Beto. Otávio é neto de seu Tavinho, que ao lado dos irmãos André, Artur, Cleto foram amigos do velho jornalista e meu saudoso pai, Paulo de Oliveira.

Fernando Emílio Leite de Almeida, casado com Gláucia Ferreira de Almeida, com dois filhos: Gutemberg e Giovanna (nascida nesta data de 20 de junho de 2011).


ESPOSA E FILHOS Jasdernir Maria Cavalcanti Santos de Almeida. É servidora pública da rede de ensino estadual, na área de gestão educacional. Seus filhos: Matheus e Mariana, estudantes.

O ACIDENTE QUE VITIMOU LEITINHO

O trágico acidente automobilístico foi na noite do dia 10 de junho de 2011, uma sexta-feira pelas 19 horas, no quilômetro 234 da BR 232, próximo ao Distrito do Mimoso (Pesqueira). Leitinho vinha de sua Fazenda “Queimada da Onça”, sentido Arcoverde Pesqueira, quando em uma ultrapassagem perigosa em seu Fiat Strada – Placa KHM-9252 acabou batendo de frente com um ônibus que transportava estudantes de Afogados da Ingazeira, envolvendo, ainda, dois outros veículos, sendo um Fox, de placa PFQ-9148, um Ford Ka - Placa KKJ 6397. A violência da batida o deixou preso nas ferragens, vindo a falecer no local, sendo seu corpo levado para o IML de Caruaru e liberado na manhã do sábado (11.06.2011), sendo sepultado no mesmo dia (11.06.2011), pelas 17 horas no cemitério da Pitanga.

Naquela madrugada, só restava aos seus familiares, esposa, filhos, pais, irmão, cunhada, irmãs, cunhados, os tantos Leite e Almeida, de Pesqueira, chorar a sua morte. Da mesma forma seus amigos, seus eleitores. Sim, seus eleitores! Leitinho era político. Confiram o seu perfil e trajetória política.


A TRAJETORIA POLÍTICA DE LEITINHO... Leitinho era político, jovem político. Com perfil político municipalista já havia assumido o cargo de vereador à Câmara Municipal de Pesqueira, por força dos resultados das urnas em diversas ocasiões.

Nas eleições municipais de1992 foi eleito com 538 votos, pelo PDC, sob o nº 17.605.

Em 1996 a sua votação melhorou, tendo obtido 707 sufrágios, votos esses que não lhes foram suficientes para garantir a sua volta à Casa Anísio Galvão, ficando em primeira suplência. Disputou essa eleição pelo PPB, sob o número 11.605.

Nas eleições de 2000, novamente concorre ao cargo de Vereador, dessa vez pelo PL, sob o nº 22.123, tendo obtido 687 votos, ficando na terceira suplência.

Em 2004, volta Leitinho ao PSL e com o número 17.123 concorre mais uma vez ao cargo de Vereador, obtendo nas urnas 1.046 votos, sufrágios suficientes para que fosse mais uma vez eleito, garantindo assim assento na Câmara de Vereadores de Pesqueira.

Nas eleições de 2008, concorre mais uma vez, sem saber Ele que essa seria a sua última eleição. Leitinho vai às urnas com o nº 17.123, novamente pelo PSL, obtendo 1.025 votos, ficando na primeira suplência em relação à votação geral, alcançando mais votos do que os últimos três colocados eleitos – (960 - 955 e 885 votos respectivamente).

Da mesma forma ocorreu nas eleições de 1996 quando obteve 707 votos, ficando na segunda suplência, considerando o resultado geral das eleições, quando os últimos três eleitos obtiveram 668, 665 e 492 votos.

Assim, também, se deu em relação às eleições municipais de 2000, quando obteve 687 votos, ficando na terceira suplência, mas suplantando os dois últimos vereadores eleitos, esses com 532 e 478 votos.

Leitinho se preparava para disputar nas eleições municipais de 2012 o seu retorno à Casa Legislativa de Pesqueira, por onde passou, igualmente, o seu saudoso tio João Araújo Leite e o seu tio-avô Luiz de Almeida (irmão de seu Plínio), pai de seu primo Juraci Maia Almeida (casado com Gláuria Simões) e avô de Augusto Simões Maia Almeida (que disputou a deputação estadual pelo P C do B, obtendo tanto em Pesqueira quanto no Estado a expressiva votação de 12.766 sufrágios, mas não suficientes para ocupar uma cadeira na Casa Joaquim Nabuco).

Apesar de ter começado na política aos 25 anos de idade, cuja carreira foi definitivamente encerrada pelo seu trágico falecimento, aos 47 anos, ocorrido no dia 10 de junho de 2011 – (ano este que já nos proporcionou tantas perdas de pessoas queridas), Leitinho não vivia da política, mas para política.

Na política Ele tinha mesmo era a vontade de ajudar a sua terra (nossa terra) e a sua gente humilde, e acalentava o sonho de um dia vir a ser prefeito de Pesqueira. Poderia sim, chegar ao cargo de prefeito, não agora é verdade (quem tinha 44 anos de idade não tinha prazo e assim sendo não tinha pressa), pois o seu projeto político de hoje era o seu retorno ao parlamento municipal, mas não descartava a possibilidade de vir a ser o vice na chapa do Dr. Evandro Chacon, mesmo que trabalhando a possibilidade de ver a chapa Evandro Chacon/Augusto Simões ou Augusto/Evandro. Em política tudo é possível, pois sendo ela a arte do diálogo, da conquista, dos desafios, da luta, da coragem, alcançar vôos maiores é admissível. Daí poder-se afirmar que poderia Ele sim, chegar ao de prefeito de Pesqueira, no futuro. Deus assim não permitiu. Preferiu chamá-lo para perto de si, devendo ter a sua missão junto ao Senhor.

Leitinho era uma reserva para os projetos das oposições de hoje, nas fileiras da política pesqueirense, até porque sabia dialogar, cedendo em determinados momentos, mas fazendo-se respeitar pelas suas posições, em relação ao que defendia. Corajoso e inspirado no seu tio João não leva deboche pra casa, nem se permitia levar recado para um lado ou para outro. Só tinha uma cara. Era transparente e verdadeiro.

Dizia sempre Leitinho: {Sempre me espelhei no meu tio João Leite, até porque sempre tivemos um temperamento muito parecido. João Leite, era assim que Ele tratava o tio João, não levava desaforo pra casa. Aprendi com Ele essa e outras verdades}, sentenciava Leitinho, quando provocado para falar da sua relação com o ex-prefeito de Pesqueira.

Leitinho, o MEU VICE, ou Eu o VICE DELE...

Já disse em outras ocasiões que mesa de bar é para se jogar conversa fora. Certa vez tomamos uma cachaça itinerante. De bar em bar, numa tarde sexta-feira, começamos, Leitinho e Eu, a tomar uma aqui outra acolá. Andamos quase toda Pesqueira e adentramos na noite e varamos chegamos à madrugada do sábado. E jogando conversa fora, de repente surge a maluca idéia de lançarmos a nossa candidatura para o executivo municipal. Chances? Quem sabe? Em política tudo é possível!

Mas a cachaça foi tão grande que não ficou definido quem era quem, ou seja, se ele era o prefeito e Eu o vice. E para não perder o embalo adotamos o vice-versa. No bar de seu aconchego Ele era o prefeito e Eu o vice. No bar do meu aconchego invertíamos a chapa. Eu era o prefeito e Ele o vice. Coisas de mesa de bar, até porque ninguém é de ferro. Sentar à mesa de bar para falar sobre assuntos que não condizem com o ambiente é coisa de “quiteriano”.

Um em tempo: ninguém definiu melhor a expressão “quiteriano” do que o saudoso Luiz Neves. Chegou a fazer inclusive o Estatuto da Confraria dos Quiterianos de Pesqueira, definindo por sinal os tipos de sócios. Uma beleza de trabalho. (Vamos publicar aqui em Canetadas, qualquer dia desses).

Pois bem, passamos assim a divulgar a nossa “candidatura”. Leitinho, prefeito! Jurandir, vice! Jurandir, prefeito! Leitinho, vice! E por aí foi durante toda a itinerante cachaça, não dispensando é claro uma passada por Maria do balcão, para pedirmos os votos das “meninas”, mas isso dentro do mais efetivo respeito e consideração. Liderado politicamente pelo tio João, a chapa recém-lançada (Uma brinca, como no dizer poético do conterrâneo Meraldo) na sexta-feira e madrugada do sábado, logo chegou ao conhecimento do prefeito João. Os “puxas” não perdoam. Eita raça! Acordaram o prefeito para contar a novidade. Ah, Pesqueira! João mandou chamar o Leitinho e lhe aplicou a maior bronca, dizendo-lhe: “com política ninguém brinca...”. Tinha razão Joao Leite, até porque éramos adversários. Disse adversário não inimigo. Pesqueira sempre teve adversários políticos, nunca inimigos. Aqui na nossa terra a política era assim, desarmados os palanques, os amigos retornavam à vida normal, as famílias continuavam unidas pelos laços fraternos de amizade ou parentesco. Hoje é que esse costume está sendo modificado, em razão da presença de políticos forasteiros, que não representam o sentimento da irmandade, da pesqueiridade, da política sem ofensas, sem roubalheira, sem safadeza mesmo. Eram tempos bons, saudáveis.

Respeitados leitores de Canetadas, como tenho dito sempre, não é fácil escrever sobre uma pessoa com quem a gente conviveu com a qual a gente manteve fraternais laços de amizade, pela convivência, também familiar. Leitinho e Eu, ao longo dos anos, apesar da diferença de idade, Ele com os seus 47, Eu como os meus 61 anos de idade, já incluso no Estatuto do Idoso, mantínhamos essa relação fraterna e amiga, a qual foi construída da relação de amizades das famílias Leite, Almeida, Araújo e Oliveira. O meu velho e saudoso Pai, jornalista Paulo de Oliveira, era amigo de seus avôs, Felicíssimo Leite e Plínio de Almeida. “Seu” Felicíssimo Leite (então coletor federal de Pesqueira), Eu conheci na casa de meus pais, localizada na Rua Barão de Vila Bela, 135, quando o mesmo ia participar das “dobradinhas” do velho Paulo. Havia uma ligação tão próxima que a sua filha Socorro Leite se tornou madrinha de apresentação de minha irmã caçula, Iêda Carmelo.

Já com “seu” Plínio Almeida, dona Lira e seus filhos todos, havia uma maior presença, em razão do fato de que morávamos na mesma Rua Barão de Vila Bela, na mesma calçada como no dizer matuto da vida interiorana, onde mora, ainda, hoje, Celina e Terezinha, tias de Leitinho. Também, Helena (filha adotiva de Plínio Almeida e dona Lira), nossa amiga de infância. Helena só deixou a Casa da Rua Barão depois do seu casamento com Joanilzon, que era filho do Cabo Quêta, policial militar que igualmente morou na Rua Barão.

Na mesma Rua morou, também, por muitos anos, o seu tio Luiz de Plínio, pai de seus primos e primas Maria Helena (Mema), Elizabethe (Beta), Ana Glória, Zé Plínio e o saudoso Fernando, filhos, também, de minha querida amiga Gilka Amaral Almeida irmã de Jarival e Maria Lúcia Cordeiro do Amaral, filhos de “seu” Dudu e Dona Glorinha.

Convivi, igualmente, com o seu tio Geraldo Almeida - (de saudosa memória) juntamente com o seu primo e amigo o poeta Laurene Bezerra de Almeida. Com este, ainda convivo, mas sempre lembramos as “cachaçadas” que juntos tomamos. Geraldo adquiriu a tal da diabetes, a mesma infeliz que adquirimos agora, Laurene e Eu, e em razão disso era Ele monitorado por todos, principalmente pelas irmãs Celina e Terezinha.

Certa vez, na casa do poeta Laurene Almeida, na Rua Didier Maciel, numa quarta-feira (dia que fazendeiro fica na cidade para receber o pessoal do campo), estávamos Geraldo, Laurene e Eu. Geraldo havia decidido, também, integrar a farra, mesmo que diabético. Pois bem, armamo-nos das devidas cautelas. Lavamos uma garrafa térmica (de café) e enchemo-la de cerveja. Mas, deixamos o café em outra garrafa, como reserva moral. Geraldo bebia em uma xícara. De repente chega, chega Celina (era mais brava do que Terezinha) e logo pergunta: Geraldo voce está bebendo? Não, claro que não, respondeu Geraldo. “Estou tomando café”. Laurene, em defesa de Geraldo toma a xícara de cerveja e “dana” café dentro da xícara, e Geraldo tomou o danado para salvar-se da situação, mesmo que frio, pois se sabe que café só presta quente.

O último encontro com Leitinho se deu na minha casa. Vez por outra Ele encostava o carro. Da porta, se ouvia o tradicional chamado, a voz de guerra: Meu VICE...! De dentro de casa, em sentido contrário, a resposta, com a mesma voz de guerra: Diga meu VICE... E assim sentávamos à mesa e começávamos a analisar o quadro da política de Pesqueira (tomando uma é claro...), hoje marcada por tantos descaminhos, tantos desencontros. Ah, Pesqueira!

Enfim, a minha amizade com a família Almeida vem de longe, e “...pra não dizer que não falei das flores...”, o meu filho Jurandir Junior, carrega embutido o mesmo Almeida, de Leitinho, posto que é neto de José Hermínio de Almeida, meu querido amigo Zé do Bode. Jurandir Carmelo Araújo de Oliveira Junior, também Almeida, haverá de dar continuidade a essa relação amiga e fraterna que sempre existiu entre Leitinho e Eu, pois já está na convivência do dia a dia, com o Mateus e a Mariana, filhos de Leitinho e de dona Jasdernir.

Com o seu Pai, Moacir e a sua Mãe, dona Anita, sempre houve uma relação de fraternidade e respeito. Admiro esse casal exemplo de dignidade, de personalidade forte, de vocação cristã. As palavras de dona Anita, quando do velório de Leitinho, ainda na sala principal da casa de seu avô Felicíssimo, representaram o sentimento da mulher forte, da mulher que sabe aceitar a vida como a vida se nos apresenta, mas, sobretudo de uma mãe que amou e ama os seus filhos, seus netos, seus bisnetos, seu marido, seus familiares todos. Dona Anita, naquele momento de dor e despedida do seu querido filho Leitinho, via a repetição dos atos da vida, demonstrando visivelmente a saudade do outro filho que partira, de forma igualmente prematura, em passado não muito distante, o Moacir Junior.

Como disse acima, Leitinho não vivia da política, vivia para a política. Vivia da sua condição de agropecuarista, cultivando, criando e fabricando queijo nas terras do seu velho pai, Moacir Almeida, na Fazenda “Queimada da Onça”, fincada nas terras do Rio Branco de ontem, então Distrito de Pesqueira, Arcoverde de hoje, cujas terras se dividem entre os seus familiares. Era desse trabalho que Leitinho tirava o seu sustento e a mantença de sua família, constituída da mulher, dona Jasdernir Maria Cavalcanti Santos de Almeida e dos filhos, Matheus e Mariana.

Aos seus pais, Moacir e Anita. Ao irmão Fernando (Glaucia) e às irmãs Verônica (Ricardo), Márcia (Otávio), Djanira (Leão), Socorro e Mônica, a certeza de que Leitinho está no reino dos céus, pois para lá só vão os bons homens e mulheres, a exemplo dos avos Felicíssimo e Plínio, dona Djanira e dona Lira. Do seu tio João, também, como ele, o irmão Moacir. À sua esposa Jasdernir e aos filhos Matheus e Mariana, a certeza de que Leitinho viverá sempre em nossos corações.

Que Deus na sua eterna generosidade olhe pelos que aqui ficaram, principalmente, por “seu” Moacir e dona Anita, pela esposa Jasdernir, pelos filhos Matheus e Mariana.

SOBRE LEITINHO, ALGUMAS NOTAS QUE CIRCULARAM NOS BLOGS E INTERNET... Prova inequívoca que o prematuro desaparecimento de Leitinho enlutou toda a família pesqueirense, e de que Ele querido pela sociedade está postada em emails, blogs, referências outras via internet e nas rádios da cidade, o que, igualmente, demonstra que Leitinho era gente da gente, era gente do povo.


Parte inferior do formulário

Enviado por: Erisvaldo Guedes (Vereador) - 10/06/2011 às 21:21:01, postado no jornal eletrônico EncartNotícias (Pesqueira): Estamos de luto, pois a perda do meu amigo LEITINHO é inacreditável, político de garra e coragem um dos melhores oradores da política local. Iremos com certeza sentir muito sua falta amigo LEITINHO. Vai com DEUS! Meus sentimentos para toda família.

Enviado por: HUGO TORRES - 10/06/2011 às 20:25:18m editor do Blog LIVRE OPINIÃO: Pesqueira de luto pela morte do ex-Vereador Felicissímo Plínio Leite de Almeida (LEITINHO). Homem de fibra, garra e coragem como seu saudoso tio João Araújo Leite, ex-prefeito de Pesqueira. Em um momento em que Pesqueira passa por uma crise de ética na política, o meu amigo LEITINHO vai fazer muita falta. Pesqueira chora a perda de seu querido filho! Pesqueira mais pobre politicamente com o desaparecimento precoce do ex-Vereador LEITINHO! Que Deus o tenha em um bom lugar, e que recaia o conforto do Senhor sobre o coração dos que deixaste!

Redação do PesqueiraEmFocOPESQUEIRA PERDE MAIS UM FILHO ILUSTRE E UM POLITICO DETERMINADO EM MUDAR OS RUMOS DA POLITICA PESQUEIRENSE, POREM PERDE SUA VIDA EM UM ACIDENTE TRÁGICO, E QUE JÁ SE SOMAS A OUTROS MAIS DE NOSSA TERRA QUE PERDEM AS VIDAS NAS ESTRADAS DE NOSSO ESTADO. VEJA ABAIXO RELATOS DE AMIGOS, POLÍTICOS E OUTROS QUE COMENTAM A MORTE DO AMIGO LEITINHO. Enviado por: Clésio Alves - 12/06/2011 às 09:35:28.


A perda de Leitinho para Pesqueira é tão grande que até as palavras nos faltam para expressar tamanha ausência. Que Deus possa estar sempre a iluminá-lo e que conforte a todos que sempre sentirão a sua falta. (...)

PUBLICADO NO JORNAL ELETRONICO ENCARTNOTÍCIAS: GENILDO FERREIRA: À FAMÍLIA LEITE. Foi com grande pesar que os amigos e políticos de Pesqueira e Região tomaram conhecimento da triste notícia do desaparecimento de um dos mais importantes colaboradores da política de Pesqueira, Felicíssimo Plínio Leite de Almeida (Leitinho), ex-vereador e digno de uma família muito conceituada e honrada em toda Região. Apresentamos as mais sentidas condolências. (12/06/2011 11:14).

Por Nildo Lucena- Quantas foram às vezes que eu o encontrava sempre às terças-feiras se preparando para ir ao Recife vender queijo. E ele sempre dizia: “Vou ouvindo você até São Caetano. Mande um alô pra mim...”. Pois é, hoje pela manhã, quando vinha ao trabalho, passei em frente à casa dele como faço todos os dias, e senti que ali faltava alguém, faltava aquele amigo que levantava a mão e dava um assovio, ou que gritava: “Diga “aê” meu patrão!”, enfim, faltou a alegria de Leitinho naquela rua...


Valeu o boi, Leitinho! Valeu a vida!

*Jurandir Carmelo (jornalista e advogado)

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