Quem é e como trabalha o promotor que descobre o dinheiro que os corruptos escondem no Exterior e já desvendou os segredos de Maluf e do conselheiro Eduardo Bittencourt, do Tribunal de Contas de São Paulo
XERIFE
Sílvio Marques atribui êxito à cooperação internacional
Aos 45 anos, o promotor do Ministério Público paulista, Sílvio Marques, é uma espécie de superxerife das contas públicas. Em sua sala no MP, as medalhas e placas de condecorações internacionais atestam a eficiência de suas investigações. Sua especialidade, porém, é rastrear dinheiro enviado para o Exterior. Ele se notabilizou por ter bloqueado cerca de R$ 5 bilhões, entre bens e contas, do deputado federal Paulo Maluf (PP-SP) e repatriado mais de R$ 4 milhões do ex-prefeito da capital paulista Celso Pitta que estavam escondidos em paraísos fiscais.
Atualmente, R$ 33 bilhões estão sendo questionados na Justiça por Marques e sua equipe – são mais de 700 corruptos investigados em 1.200 processos. Nos últimos dias, o promotor foi o responsável por desencadear mais um rumoroso caso envolvendo remessas de verbas para fora do País. Graças ao seu trabalho, documentos referentes às contas do conselheiro fiscal do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, Eduardo Bittencourt, acusado de enriquecimento ilícito, improbidade e lavagem de dinheiro, foram entregues às autoridades brasileiras. Os papéis do Lloyds Bank em NY, obtidos por Marques, derrubaram a versão do acusado que desconhecia a existência das contas. Segundo as investigações do MP, Bittencourt amealhou mais de R$ 50 milhões em patrimônio. Ao que tudo indica, Marques conseguiu farejar mais uma bolada de dinheiro em contas no Exterior. À luz da nova lei, aprovada na Câmara dos Deputados, que considera que todo golpe ou contravenção poderá levar ao crime de lavagem de dinheiro, Bittencourt poderá ser obrigado a devolver tudo. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) calcula que R$ 345 milhões desviados nos últimos três anos já retornaram aos cofres públicos. O MP paulista responde com 50% desse dinheiro. No Brasil nem 1% do dinheiro desviado pela corrupção é devolvido.
Na tarde da quarta-feira 26, o promotor Marques explicou à ISTOÉ a razão do êxito. “Avançamos em São Paulo por causa da cooperação internacional”, revelou ele. Essa cooperação é feita com a Interpol e com a Justiça de vários países. O trabalho de Marques e seus pares não é nada fácil. Somente no inquérito do caso Maluf, ele conferiu mais de 250 mil páginas de documentos, anexadas aos 700 volumes de peça jurídica. “Não tem preço saber que pessoas como o Maluf estão com os bens bloqueados”, diz Marques. “Em mais de 30 anos de política sempre me acusaram e nunca provaram nada”, defende-se Maluf. A cantilena dos investigados não causa medo, tampouco assombro ao promotor. Ele ensina que a corrupção não acaba, sofistica-se. “E nós temos que estar preparados”, afirma.
Atualmente, R$ 33 bilhões estão sendo questionados na Justiça por Marques e sua equipe – são mais de 700 corruptos investigados em 1.200 processos. Nos últimos dias, o promotor foi o responsável por desencadear mais um rumoroso caso envolvendo remessas de verbas para fora do País. Graças ao seu trabalho, documentos referentes às contas do conselheiro fiscal do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de São Paulo, Eduardo Bittencourt, acusado de enriquecimento ilícito, improbidade e lavagem de dinheiro, foram entregues às autoridades brasileiras. Os papéis do Lloyds Bank em NY, obtidos por Marques, derrubaram a versão do acusado que desconhecia a existência das contas. Segundo as investigações do MP, Bittencourt amealhou mais de R$ 50 milhões em patrimônio. Ao que tudo indica, Marques conseguiu farejar mais uma bolada de dinheiro em contas no Exterior. À luz da nova lei, aprovada na Câmara dos Deputados, que considera que todo golpe ou contravenção poderá levar ao crime de lavagem de dinheiro, Bittencourt poderá ser obrigado a devolver tudo. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) calcula que R$ 345 milhões desviados nos últimos três anos já retornaram aos cofres públicos. O MP paulista responde com 50% desse dinheiro. No Brasil nem 1% do dinheiro desviado pela corrupção é devolvido.
Na tarde da quarta-feira 26, o promotor Marques explicou à ISTOÉ a razão do êxito. “Avançamos em São Paulo por causa da cooperação internacional”, revelou ele. Essa cooperação é feita com a Interpol e com a Justiça de vários países. O trabalho de Marques e seus pares não é nada fácil. Somente no inquérito do caso Maluf, ele conferiu mais de 250 mil páginas de documentos, anexadas aos 700 volumes de peça jurídica. “Não tem preço saber que pessoas como o Maluf estão com os bens bloqueados”, diz Marques. “Em mais de 30 anos de política sempre me acusaram e nunca provaram nada”, defende-se Maluf. A cantilena dos investigados não causa medo, tampouco assombro ao promotor. Ele ensina que a corrupção não acaba, sofistica-se. “E nós temos que estar preparados”, afirma.
Por Alan Rodrigues - ISTOÉ
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