Eike Batista |
Quando subiu ao palco para receber o prêmio de Líder Mais Admirado no Brasil, na noite de segunda-feira 31, em evento promovido pela revista CartaCapital, em São Paulo, o empresário Eike Batista, dono da EBX, demonstrou bom humor ao ser aplaudido pelos convidados da festa ao afirmar: “Finalmente conquistei os paulistas”.
O homem mais rico do Brasil, nascido em Minas Gerais e que mantém a sede de sua empresa no Rio de Janeiro, aproveitou o discurso para criticar o que classificou como espírito imediatista da imprensa e de parte dos empresários brasileiros. Segundo ele, os empresários nacionais não entendem que grandes projetos não são realizados no curto prazo. Era uma resposta às referências a uma suposta “megalomania” contida nos projetos a envolver suas empresas – entre os quais a construção de um complexo industrial no entorno de um porto projetado na costa fluminense.
Eike provocou risos na plateia ao se autodenominar como um “empresário anti-mega-puxadinho”, que leva em conta o “conceito de tecnologia no estado da arte” – e que, portanto, tem a confiança dos investidores internacionais.
“Nos últimos sete anos, a imprensa não foi carinhosa comigo, mas eu entendo: projetos grandes não acontecem no trimestre, mas em anos. O investidor estrangeiro entendeu o que eu faço”, provocou.
Diante da presidenta Dilma Rousseff, a assisti-lo na primeira fileira, Eike destacou que não havia “nada melhor do que ter a maior autoridade do meu país neste evento”. Citou ainda a “fantástica visão do nosso querido presidente Lula”. Segundo Eike, Lula foi o responsável por incentivar o crescimento da indústria naval, setor no qual o empresário aplica hoje 2 bilhões de reais para a construção de um dos estaleiros mais modernos do mundo. “É a Embraer dos mares, um empreendimento que mata os gringos de inveja.” Ele destacou ainda que “regras claras e respeito aos contratos” levam empresários estrangeiros a apostar no longo prazo no Brasil. “Presidenta, isso é muito importante.”
Assim como fez em entrevista que está nas bancas de CartaCapital, o bilionário novamente conclamou os empresários a trazer tecnologia para o País e arriscar mais. “O Brasil tem porte para exigir essa transferência de tecnologias. Cabe ao empresário arriscar mais, em termos de risco. Por isso eu às vezes o critico.”
Eike disse ainda que reserva investimentos de cinco bilhões de dólares “no risco” e atribuiu o espírito empreendedor à sua experiência no setor de mineração. Ele lembrou que já atuou em países da África, do leste europeu e da América. E ressaltou: “O Brasil é o melhor país do mundo para se fazer negócios neste setor”.
Por fim, Eike agradeceu o prêmio de líder empresarial mais admirado do País e destacou: “Admirável é o Brasil”. E fez uma homenagem ao pai, Eliezer Batista da Silva que, segundo ele, “sempre criou projetos diferenciados no Brasil”. “Meu pai me preparou entre anos 80 e 90, quando vivemos crises com (o presidente Fernando) Collor, que tirou nosso dinheiro. Eu não tinha dinheiro para investir em 91”, disse. E completou: “Quando você tem um pai para copiar, é mais fácil você achar que nada é impossível”.
Da Carta Capital
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